domingo, 16 de dezembro de 2012

Reciclagem de conceitos

Não devemos julgar certas pessoas por determinadas atitudes ou escolhas. É como descartar pessoas por tópicos: Religião, Interesses, Gostos Musicais,etc.

Muito fixam-se na aparência, mas uma vida, é bem mais que um rosto bem afeiçoado. Há tantos aspectos e particularidades nas pessoas, que praticamente é cômodo classificá-las sem realmente conhecê-las, sem saber seus medos, suas dores, suas cores e sabores. Por que de certa forma, conhecer alguém de verdade é muito complicado, entre suas diversas facetas e vivências, criam-se a todo instante uma pessoa nova.

Limitar-se é oprimir-se, classificar-se e ter visão estreita.

Quem tem a visão limitada, logo, se ofende, se sente atingido, toma-se posse de algo que não é seu. Como assim por exemplo, é como se o fato de outra pessoa ter um gosto ou uma crença diferente fosse motivo para que eu me aposse de uma afronta, que na verdade é criada por nós mesmos, por ser mais cômodo, ser menos trabalhoso. Quando agimos por impulso não medimos as consequências, porém,colhemos o que plantamos e da mesma maneira estreita que julgamos as pessoas por certos pontos distorcidos de vista, também somos julgados e até destratados da mesma forma.

É até justificável certos acontecimentos não tão afáveis do mundo, como esperar prosperidade se nas pequenas coisas nós mesmos criamos afrontas sem real motivo. Como explicar um acidente, uma morte, uma tragédia? Como explicar coisas inexplicáveis e absurdas que ocorrem no nosso mundo o tempo todo?

É tudo questão de sintonia, se não podemos nos conectar realmente uns aos outros, por orgulho, por soberba, por não aceitar que alguém pense ou goste de coisas diferentes de você. Como poderemos almejar um mundo harmônico e cheio de paz. Se de madrugada você fica na espreita pra ver que horas a filha da vizinha vai voltar da balada, porque isso ou aquilo vai contra a "moral", ou sua visão de mundo distorcida. Parece besteira querer comparar coisas simples, com desastres e afrontas terríveis que vivenciamos ao longo do dia. Mas, são justamente essas pequenas coisas em graus relativamente maiores que levam certas pessoas a cometerem atos imperdoáveis até por elas mesmas. Não somos diferentes, nem melhores...

Caminhamos rumo a evolução, e meu irmão se não está em sintonia comigo, apenas posso esperar e assumir compromissos para que um dia isso venha a acontecer, a paz é a aceitação, é a não indignação perante as pequenas e grandes diferenças... é algo que se encontra dentro de nós mesmos.

Tudo parte do micro, para o macro que nos contextualizamos, ás vezes sem intenções damos forças para certas tensões por estarmos em sintonia com energias baixas, e é esse acumulo que gera os desastres e violência que vemos por ai. Por mais que teimamos em exaltar nossas diferenças, estamos conectados uns aos outros, muitas vezes em sintonias não tão louváveis que nos fazem colher certos acontecimentos que implicitamente julgamos não merecer. Mas, isso não nos tira o peso da responsabilidade. A partir do momento que eu reconheço o que parte de mim e o que não me pertence a busca para o equilíbrio se torna mais nítida, nem por isso mais fácil.

Muitas vezes devemos até reciclar o passado, mágoas, tristezas, angústias, e revoltas. E transformá-las em superação, aprendizado e consciência.  

(dever de casa da terapia)

rsrsrs

PAZ

sábado, 6 de outubro de 2012

Me gusta

Gosto de Zumbis, Lhamas, super-heróis, filmes, livros, jogos... Junk Food, dançar, rir de me acabar com as amigas, falar merda, inventar rap's sobre professores da facul kkkk, jogar truco, churrasco, jogar jogos de tabuleiro com os amigos e com a família, ir no cinema, desenhar no caderno da pós, ouvir incansavelmente as músicas do legião urbana, ouvir repetitivamente a mesma música, cantar no karaokê, encenar uma peça teatral, escrever... escrever... escrever... Amo ficção científica, star trek, star wars, aliens, espiritualidade, autoconhecimento, dormir e não ter hora pra acordar, olhar as estrelas, passar noites em claro conversando, passar o fim de semana no sítio, rever amigos de longa data, ser temperamental, ensinar... Ensinar é a melhor maneira de aprender. Gosto de visitar parentes, de passar tempo com os primos, com tios, tias, vó, vô... e toda a prole... Amo minha família louca.... Adoro dizer coisas sem sentido, postar oq pense e si
nto... me expressar....





Gosto de protestar, ajudar pessoas, fazer sentido a esse mundo cruel... gosto de conversar com pessoas inteligentes, na verdade acredito que todos são inteligentes,mas, certas pessoas não se dão a oportunidade de acreditar que são capazes e isso é broxante .... Amo a natureza, banhar-me em uma cachoeira, caminhar sob a areia da praia. Dirigir na auto-estrada, fazer fogueira e ouvir histórias sinistras, ouvir as histórias da juventude da minha mãe, e de quem mais quiser contar... Adoro cultura, arte, a beleza do oculto, gosto de me sentir inspirada, criativa, falar bobagens, ter ideias reveladoras... Gosto de levar minhas responsabilidades a sério, trabalhar duro, ver resultados.... Uns me acham estranha, outros me veem com maus olhos, nem por isso deixo de ser o que sou.... Gosto de amar intensamente as pessoas, mas, só as que realmente deixam-se merecer...





Enfim a mim mesma.... por ser exatamente maravilhosa em ser oq sou... quaisquer que seja a opinião alheia... Cometo erros, não sou somente uma versão de mim mesma, mas sou tantas e acho ridículo querer ser somente, a professora, ou a filha, ou a amiga, sou a unificação de mim mesma e de todos os meus papéis.... Do meu jeito esse que não pertence a tempo algum. Namastê!

Desperta

Derrama-se em pleno voo, flutua-se em sutil queda.
Transpira de volta à realidade...
Transmuta... Transparenta-se...
Espiritualiza-se.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Merda

Falta ânimo, falta alma.
Em qual beco escuro a deixei apodrecer?
Apetece-me apetecer...
E tudo o que eu quero é querer alguma coisa.
Cansei-me de estar cansada.
Mas, também cansei-me de lutar, meu diamante mente...
Parece brilho, mas, é opaco...
Ocupo-me com a rotina, prejudico-me.
Desconecto-me.
Sei que isso não é sensato.
Mas o que mais me falta é o sentir-me viva.
Sufoco-me a cada passo.
Gira roda, gira vida, gira mundo.
Segue a rota, segue inerme, não sai da pista.
Força... força... Força...
Mas, não se mexe.
Dá de cara com o imutável, pensando que dessa vez vai ser diferente.
Pensa que segue... apenas comete os mesmos erros.
Grita, o brado retumbante
e por mais que as pessoas ouçam é preterida
Aflita, estagnada, sem saída
Rumos pré-definidos por más escolhas...
Responsabilidade esta somente minha
Sumo...
Desconecto...
Faleço.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Autoimagem a sabotagem do eu

Eu sou alma, mas o hábito habita em mim.
 Eu sou cor e monocromáticamente me expresso.
Sou mas, deste ser permito-me ser muito pouco.
Sinto enigmas que brotam sob a pele, respiro tristezas que já não me pertencem.
Saí em busca do que já havia encontrado, convivi com o contexto alheio e o pretexto de fingir ter vivido o que não aconteceu e percebi a minha verdade e que nem todas as pessoas são capazes de conviver com sua própria verdade e encarar a consciência.

A ciência de observar não se compara ao trabalho que é decifrar o sentir. Observei sentimentos, procurei ignorar os julgamentos para que pudesse obter um rascunho válido do que realmente sinto, tentei desviar-me dos tentáculos da ansiedade não me sai muito bem. Percebi que a minha autocensura também me é uma prisão então confrontei-a e abracei cada pensamento.

Não deixei de ser pertubada, mas tenho consciência de que preciso modificar essa minha autoimagem.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O Lado sombrio dos buscadores da luz

"Nossa indignação com relação ao comportamento dos outros diz respeito, em geral, a um aspecto não-resolvido de nós mesmos.
Projetamos nossas deficiências nos outros. Dizemos aos outros o que deveríamos estar dizendo a nós mesmos. Quando julgamos os outros, estamos julgando a nós mesmos. Se você se atacar o tempo todo com pensamentos negativos, também atacará as pessoas à sua volta –verbal, emocional ou fisicamente – ou acabará destruindo alguma área de sua própria vida. Oque você faz e o que você diz não são acidentais. Não há acidentes na vida que você criou. No mundo holográfico, tudo é você, e você está sempre falando consigo mesmo.Quando você for xingar alguém por ter feito alguma coisa errada, pare e pense se você chamaria a si mesmo com esse nome. Se estiver sendo honesto, a resposta, invariavelmente, será sim. O mundo é um espelho gigante que sempre reflete as nossas costas. Cada traço está ali por alguma razão, e todos eles são perfeitos à sua maneira.


Não faz muito tempo, percebi que estava perguntando às outras pessoas que conheço com que freqüência elas meditam, e por quanto tempo. Eu as lembrava de como é importante a meditação diária e permanecer pelo menos meia hora por dia voltado para si mesmo. Por fim, eu me perguntei por que estava tão inflexível com relação à meditação dos outros. Quando examinei meus motivos, cheguei à conclusão de que eu costumava falhar com freqüência na minha prática de meditação. Uma parte minha queria passar mais tempo voltada para dentro e em silêncio. Como eu tinha uma criança de 3 anos, eu, de alguma forma, racionalizar a que não haveria problema em deixar de fazer, vez por outra, minha meditação diária. Quando percebi que estava dizendo aos outros aquilo que eu mesma precisava ouvir, fui capaz de recolher minhas projeções e honrar meu desejo inconsciente. Comecei a meditar mais e parei de pressionar os outros para fazer aquilo de que eu estava sentindo necessidade. É por isso Que eu digo: “Preste atenção aos seus próprios sermões”. Ao observar os motivos que me levar ama dizer às pessoas que meditem, reconheço minha própria necessidade.Às vezes, nossa sombra está tão bem escondida de nós mesmos que é quase impossível encontrá-la. Se não fosse pelo fenômeno da projeção, ela poderia ficar escondida por toda a vida. Há um velho ditado que diz: “Basta conhecer um para conhecer todos”. Vemos nos outros tudo aquilo que gostamos e não gostamos em nós mesmos. Se incorporarmos essas partes,seremos capazes de ver os outros como eles são, não como os vemos através do nevoeiro da nossa projeção. Outro provérbio se refere aos três maiores mistérios do mundo, que são o ar para os pássaros, a água para os peixes e o homem para ele mesmo. Somos capazes de ver tudo diante de nós no mundo exterior. Tudo o que temos de fazer é abrir os olhos e olhar ao nosso redor. Como não podemos ver a nós mesmos, precisamos de um espelho para nos enxergar. Você é meu espelho e eu sou o seu."

Trecho do Livro: O LADO SOMBRIO DOS BUSCADORES DA LUZ:DE DEBBIE FORD

domingo, 1 de julho de 2012

Clichê!

Há um certo tempo atrás eu escrevia compulsivamente o que vinha a mente, oque tocava o coração e o que instigava a alma e todos diziam você escreve muito bem deveria participar de algum concurso. Ai engrandeci-me e participei de um bendito concurso, é claro que haviam textos rebuscados e melhores que os meus, mas, um em especial achei extremamente clichê. Como poderia alguém vencer com um clichê, mesmo que bem escrito um clichê é um clichê ora bolas. Deu-se o resultado do concurso e não ganhei, óbvio! Meus textos não se encaixam no padrão ou não despertaram na calejada sensibilidade dos avaliadores o que é que fosse necessário para se tornar vencedor. Então, o fato de não ter ganhado me tornou amarga, mesmo tendo consciência da estupidez destes concursos e comecei a duvidar do brilhantismo da minha escrita, da minha capacidade e de tudo mais.

Tornei-me um clichê ao ser vencida por um clichê e passei a odiar clichês. Hoje quero declarar meu ódio aos clichês e afirmar a volta da minha liberdade quanto autora, fodam-se os padrões, regras e os clichês. Continuarei escrevendo seja o que for, clichês, críticas, textos ácidos para queimar a rebuscada sensibilidade dos literários e gramáticos. Eu me tornarei o grande clichê nos sapatos de todos vocês e então todos aplaudirão a minha ira.

Eu sou a meia do sapato do saramago, o fiapo de carne entre os dentes da Clarice Lispector, a pedra no caminho de Drummond, a vírgula fora do lugar da sua oração subordinada e o temor das rimas internas dos seus versos de amor.

Meu grande foda-se é a minha libertação.

sábado, 30 de junho de 2012

Medo de ter medo

Eu tenho medo de que algo bom aconteça na minha vida e inevitavelmente acabe perdendo isso.  E então o quanto menos eu viver, mais "segura" fico. A maneira mais confortável que encontrei para evitar o sofrimento é vivê-lo em sua plenitude.

Sensação Pertubada

Eu realmente acredito que esteja tentando fazer diferente, estou quase me obrigando a sair de casa. Mas o sábado chega cheio de sensações destrutivas, minha vontade é abraça-las. Não quero ir pra faculdade hoje, assim como não estava com vontade de sair ontem, mas me obriguei e tive uma noite muito boa com gente muito bacana; Mas ainda há uma barreira quanto a faculdade. Isso aqui está parecendo a merda de um diário cacete! Necessito registrar meus pensamentos e sensações para tardiamente analisá-las e superá-las, há uma necessidade enorme de falar sobre isso. Hoje parei pra pensar por uns segundos no que eu realmente queria fazer e cheguei a uma resposta idiota,mas, satisfatória. Queria mesmo é pintar meu cabelo de azul, sentar numa praça e fumar meu cigarro de menta com algumas pessoas jogar papo fora e me desligar do mundo. Talvez, apenas esteja precisando de férias ou fazer alguma coisa que eu realmente queira fazer.  Tenho até um churrasco pra ir hoje, talvez eu até vá, mas, só de pensar em ter que me arrumar já desisto da ideia, não estou com vontade de cuidar de mim hoje estou muito fuck the system e queria me permitir a sentir isso. Talvez eu vá para uma praça e pinte meu cabelo de azul mas sei que não seria tão proveitoso quanto ir a faculdade ou a um churrasco com os amigos, estou com vontade de isolar mas mesmo assim vivenciar o mundo. Essas minhas dualidades disputam entre si e acabo com vontade de não fazer nada, termino dormindo o dia inteiro em casa, acessando o facebook e com vontade de sumir...

domingo, 24 de junho de 2012

Sobre ter que ser alguma coisa...

Eu não entendo.

Acredito ter sido mais adulta quando criança do que sou agora.

Você tem que ser forte.

Uma frase dita repetidamente que penetrou carne adentro, era o que esperavam de mim e foi a postura que adquiri com apenas 11 anos de idade. Não me lembro de me fixar em mais nada, nem mesmo na dor da perda recente, eu tinha que ser forte. Com o tempo acredito que esse comportamento tenha se tornado padrão, adquiri a necessidade de ser sempre o que esperavam de mim, mas, passado tantas adversidades tomei consciência de mim mesma e mesmo estando bem com isso, não pude mais conciliar os outros e eu mesma, então, uma guerra interminável começou. Meu pavor por mudanças fez de mim uma viciada em se adaptar, à pessoas e a situações. O meu maior erro foi premeditar pessoas e situações que existem somente na minha mente, porque eu sempre espero o pior, uma crítica, uma pancada. Viver na expectativa de sentir dor é sentir dor constantemente, viver na esperança de morrer é estar morto.

O que me faz repetir determinados padrões? Por que eu não consigo controlar minha própria mente?

Talvez, por acreditar que tudo é incontrolável, mesmo que agora esteja tudo bem eu sei que daqui a pouco pode não estar. E eu vigio. Fico alerta esperando o inevitável. Fico tão alerta ao inesperado que perco o presente, que revivo o passado e não consigo delinear um futuro.

 Já venci guerras piores.

Mas não há nada pior do que sempre esperar pela próxima guerra, é como viver uma guerra sem fim sem ao menos haver guerra alguma.

Tinha um ponto no meio do caminho

Quando eu escrevo me livro de regras sejam quais forem, até mesmo as chatinhas da gramática. Escrever é libertar as pequenas incoerências, vomitar o que faz mal ao âmago, mas, também é uma prisão, um destino, um fardo.

O que me eleva também é a minha própria maldição.

Escrever, o que jamais será lido ou compreendido da maneira correta. Tudo que sai de dentro não é somente palavra, para ler bem um texto devemos senti-lo. Sentir com a sensibilidade do autor, que já não tem mais o mesmo significado por não ser a mesma. Então, fingimos uma sensibilidade que não é nossa e nem de outrem e é nesse representar que definimos um bom escritor ou até mesmo um péssimo leitor e tiramos precipitadas conclusões de algo que não é.

Tinha uma pedra no meio do caminho.




quinta-feira, 14 de junho de 2012

Deus segundo Baruch Spinoza



Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí, é onde eu vivo e aí, expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar por tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho..., não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.

Se eu te fiz, eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se eu sou quem te fez?

Crês que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o única coisa que há aqui e agora, e a única que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse, como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado a oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste?... O que aprendeste?...

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes especial, apreciado?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.

Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... Aí é que estou, batendo dentro de ti.

Baruch Spinoza.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Deus é sentir um mistério a despertar

   Sofro guerras interiores devastadoras, que me deixam a deriva meio perdida, meio encontrada. Mas só pq há uma batalha em mim não quer dizer que deixei de acreditar... Eu só acho que tem muita coisa boa que serve pras outras pessoas que pra mim é lixo, pois bem, a roupa que te serve não me serve. Com todo respeito e despeito ... Viva a Liberdade de expressão.

   Em vez de ficar procurando explicações e formulas por minha vida estar assim ou assado, embora o autoconhecimento seja relevante. Me dou melhor à deriva, na expectativa do mistério, na ressaca da maré. Pois Deus olha pelos bêbados e os distraídos. E quando eu digo Deus, não é esse cara massante e sem graça que ficam pregando por ai... Contando as pessoas que dizem seu santo nome em vão. Tanto que quando penso em Deus, não gosto nem de utilizar esse termo tão paradigmático. Prefiro me render aos mistérios do Universo, que fluem sem censura, que nada mais é que Deus. Que me permite ser o que sou por me conhecer profundamente e já que me conhece tão bem por que diabos iria me condenar ou censurar por algum comportamento ou pensamento que não condiga com os padrões estabelecidos pela sociedade. Acalenta-me as loucuras da alma, as alegrias do coração e as fraquezas da carne, que são apenas o que são por eu ser o que sou. Um rascunho de mim mesma perante o desconhecido.

   O desconhecido me liberta, me permite e criativa-se em mim. Então sei que deve-se ser bom por sentir um mistério a despertar.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ser alguma coisa...

Hoje acordei incrivelmente sem sabor, lasquei um halls preto na boca esperando que isso me fizesse sentir.

Acendi um cigarro sem gosto do meu mau gosto, talvez, pra me sentir fumante e assim me sentir ser alguma coisa. Sei que esse dessabor é passageiro, e busco o entusiasmo que perdi em algum canto empoeirado aqui de casa, só encontro pó. Entendo muita coisa que se passa, mas, é justamente o que me impaca que me oculta, me reprimi.

Há pouco tempo o sorriso das crianças tinham um efeito sobre mim, simplesmente esquecia dos problemas e de minha preocupações, lembro-me de um tempo que possuía consciência crítica sobre mim mesma e minha vida, hoje só levo em mente preocupações. Preciso de um resgate, pela escrita, pelo sentir-se viva, quero ferro e fogo, brasa e gelo. Preciso de um tempo do tempo. Embarcar em uma viagem sem rumo, entre tempo e espaço, fantasia e realidade. Sinto falta da escrita, do aplauso, do raciocínio coerente.

Das estrelas sob meu céu, guiando-me ao brilhar.

Ao caminho desconhecido que me é tão familiar.

Preciso dos mistérios do Universo que nada mais é o mistério que habita em mim.

Flor de Lótus e Bayron


    Flor de lótus amava Bayron, amava tanto que doía. Tudo era tão distante e frio. Ele na vida dele e ela na vida dela. Nunca se viam, mas Flor de lótus não esquecia. Bayron estava muito ocupado vivendo a vida dele, mas quando ela o visitava ele sorria.

    Bayron nunca foi amado, ou pensava que nunca tinha sido, estava ocupado demais vivendo e fugindo de si mesmo. Flór de lótus arranjou-se na vida, mas tudo era tão difícil, se perguntava inconstantemente e se tivesse Bayron como teria sido?

    O dia-a-dia, as falsas premissas de amores... Nada era profundo, mas Bayron era enigmático não era igual a todo mundo. Flor de lótus queria independência queria estar livre de todo o fardo, queria viver sua própria vida, queria desabrochar em seu próprio vaso. Mas essa flor nunca se abriu está amarrada com o que esperam dela, com o que ela deve ser e fazer, pois é isso a coisa mais certa a fazer. Talvez, fiquem juntos numa realidade alternativa onde Flor de lótus possa ser bela e exibir-se e onde Byron possa se sentir completo. Mas agora cabe ao destino separá-los e a vida endurece-los. A modernidade formará cidadãos de coração de pedra amarrados em suas rotinas e deveres, onde os sonhos são o combustível utópico que os move, nunca serão realizados, mas, são necessários para manter o sistema.

O Sistema os consome.
Ana Raquel