domingo, 24 de junho de 2012

Sobre ter que ser alguma coisa...

Eu não entendo.

Acredito ter sido mais adulta quando criança do que sou agora.

Você tem que ser forte.

Uma frase dita repetidamente que penetrou carne adentro, era o que esperavam de mim e foi a postura que adquiri com apenas 11 anos de idade. Não me lembro de me fixar em mais nada, nem mesmo na dor da perda recente, eu tinha que ser forte. Com o tempo acredito que esse comportamento tenha se tornado padrão, adquiri a necessidade de ser sempre o que esperavam de mim, mas, passado tantas adversidades tomei consciência de mim mesma e mesmo estando bem com isso, não pude mais conciliar os outros e eu mesma, então, uma guerra interminável começou. Meu pavor por mudanças fez de mim uma viciada em se adaptar, à pessoas e a situações. O meu maior erro foi premeditar pessoas e situações que existem somente na minha mente, porque eu sempre espero o pior, uma crítica, uma pancada. Viver na expectativa de sentir dor é sentir dor constantemente, viver na esperança de morrer é estar morto.

O que me faz repetir determinados padrões? Por que eu não consigo controlar minha própria mente?

Talvez, por acreditar que tudo é incontrolável, mesmo que agora esteja tudo bem eu sei que daqui a pouco pode não estar. E eu vigio. Fico alerta esperando o inevitável. Fico tão alerta ao inesperado que perco o presente, que revivo o passado e não consigo delinear um futuro.

 Já venci guerras piores.

Mas não há nada pior do que sempre esperar pela próxima guerra, é como viver uma guerra sem fim sem ao menos haver guerra alguma.

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