sábado, 1 de novembro de 2008

Sempre em Frente!

"Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou... mas tenho muito tempo, temos todo tempo do mundo" Legião urbana.

Há um tempo atrás jurei amor eterno a um etzinho chamado Renato Russo; Um cara meio pra lá das idéias, um tanto perdido e suficientemente inteligente a ponto de milhares de jovens lhe jurarem amor eterno e também diversos sentimentos e reações opostas.



Estive pensando, pois esse tempo sem escrever é extremamente angustiante e geralmente depois de uma crise de baixa-estima costumo escrever milhões de versos, jorrando sentimentos e sensações. O estranho que é isto não consumou-se desta vez, é como se a escrita houvesse me castigado, predendo-me a um certo espaço e tempo totalmente improdutível.

Como se tivesse agora que responder não por meus sentimentos mas por minhas ações, passei por diversos momentos em que não sentia mais revolta que nada era intenso e o mundo pareceu-me totalmente reduzido a uma mera rotina mesquinha, ilustrada por tantas cenas de horror, que nem mais comoviam os personagens presentes no contexto.



Este castigo, seria pra mim o pior de todos, como se eu não me importasse mais com o que muitos já não se importam. Meu amor a humanidade se resumia a meros sorrisos desejando "bom-dia".

Desejava que sorrir fosse a melhor boa ação que eu pudesse fazer em toda minha vida.



Vida minha essa conturbada e cheia de ação ultimamente, a faculdade torrando os meus neorônios restantes e minha mais nova atividade, ou seja trabalhar em um hospital de saúde mental, se não fosse essa, ai sim minha mente estaria muito comprometida a ponto de terminar naquele hospital por circunstâncias totalmente diferentes. Acontece que ao conviver com pessoas especiais, percebemos que os nossos problemas são os menores possiveis. Ali vemos o ser-humano reduzido à essência.

Seria ainda no momento a melhor experiência de minha vida. Começamos a ver e a pensar e a peneirar certos pensamentos e concepções sobre a vida e sobre as pessoas.
Hoje acordei extremamente mal-humorada, mas ai agora, recordei-me do que uma professora da faculdade nos disse certo dia: " Não devemos sentir nada com muita intensidade, se estiver triste que não seja muito triste e se estiver feliz que contenha um pouco a felicidade.



Pois a intensidade da queda é correspondente a altura de que você se joga. Depois da tempestade vem o sol. Depois que a sua alegria excessiva passar o que virá? Por isso devemos sentir tudo ponderadamente pois tudo passa.!"



Concordo parcialmente com o que ela disse, porém acredito que devemos viver intensamente certas emoções. Pois essas não seriam plausíveis se não fossem intensas.Certas coisas nos marcam mais que outras, embora tudo passe e tudo se torne apenas lembranças.
A vida nos surpreende a cada curva, a cada segundo e sempre mas sempre mesmo tem algo acontecendo. O tédio é desculpa pra quem tem preguiça de viver.

O meu maior problema era querer resolver o problema dos outros, e assim acarretava-me uma enorme pressão, e não conseguia mais sair daquele circulo vicioso de ajudar o próximo. Sempre aparecia alguém com sua depressão momentânia e quando tudo se encaixava quem encontrava-se nessa depressão era eu mesma. Mas ai quem ajudava quem? Não sou mais aquela pedra que sustenta, não sei se aguento respirar pelo próximo mais uma vez. Posso sim me envolver em causas nobres, assim como passar o tempo com os pacientes daquele hospital ou qualquer outra atividade que necessite de amor fraterno.

As pessoas só olham para seu umbigo, quando você estende sua mão e ajuda a sair do buraco esta o empurra para lá.



Eu sei é um tanto medonho, e nem sempre é assim.

Meu erro é acreditar de mais nas pessoas, creio que todo mundo é capaz, somente a pessoa pode comprovar-te isso ou não.Não sei se algum dia serei uma boa professora, ou escritora ou seja lá o que for.Só sei que continuo a me dedicar, na medida do possivel a tudo aquilo que me é designado. Não me importando com coisas mesquinhas como por exemplo um possível conflito de lideranças em um trabalho em grupo, eu faço o meu melhor. E se isso não é o suficiente para as pessoas, terá de o ser para mim, não darei nada mastigado a ninguém.

O que me salva é a arte e o poder me expressar, minha filosofia que parecia-me boa hoje começo a questioná-la; Não podemos nos arrepender de nada que fizemos, pois agimos de acordo com o que sentimos no momento e não podemos julgar nossas ações passadas pelo o que sentimos e acreditamos no momento. São situações e momentos diferentes. Porém, fazemos certas coisas um tanto inaceitáveis e daó vem o conflito interno, externo, eterno, etc...



Mas como disse me minha professora tudo passa, e devemos nos concentrar a o que está por vir, e a que escolher, que caminho seguir? Estando consciente das possiveis consequências tanto boas, como ruins.

Meu coração já não pulsa mais como antes, talvez tenha amadurecido ou adquirido certa proteção, congelado perante certas sensações. Carregando eternamente o peso de certos sentimentos. Mas tudo passa...

E não sei mais do que sei e de que um dia saberei. A vida é uma viagem de volta pra casa.
E sei que em breve as coisas se acertarão e poderei respirar aliviada de novo. O tempo nunca foi tão relativo. E tudo nunca demorou tanto para ser consumado.

Gostaria de ter ao meu lado certas pessoas que já se foram, talvez certas coisas nunca teriam acontecido, mas já que aconteceram tentarei superá-las como se essas pessoas ainda estivessem do meu lado. Pois pode não parecer, mas estão vivas e presentes dentro meu coração congelado.
Apenas pensamentos soltos, desabafo!

Talvez algum pedaço de mim ainda ame, talvez ainda consiga acreditar em alguma coisa que não se desmanche.



"... Sempre em frente! Não temos tempo a perder, nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo..."