domingo, 1 de julho de 2012

Clichê!

Há um certo tempo atrás eu escrevia compulsivamente o que vinha a mente, oque tocava o coração e o que instigava a alma e todos diziam você escreve muito bem deveria participar de algum concurso. Ai engrandeci-me e participei de um bendito concurso, é claro que haviam textos rebuscados e melhores que os meus, mas, um em especial achei extremamente clichê. Como poderia alguém vencer com um clichê, mesmo que bem escrito um clichê é um clichê ora bolas. Deu-se o resultado do concurso e não ganhei, óbvio! Meus textos não se encaixam no padrão ou não despertaram na calejada sensibilidade dos avaliadores o que é que fosse necessário para se tornar vencedor. Então, o fato de não ter ganhado me tornou amarga, mesmo tendo consciência da estupidez destes concursos e comecei a duvidar do brilhantismo da minha escrita, da minha capacidade e de tudo mais.

Tornei-me um clichê ao ser vencida por um clichê e passei a odiar clichês. Hoje quero declarar meu ódio aos clichês e afirmar a volta da minha liberdade quanto autora, fodam-se os padrões, regras e os clichês. Continuarei escrevendo seja o que for, clichês, críticas, textos ácidos para queimar a rebuscada sensibilidade dos literários e gramáticos. Eu me tornarei o grande clichê nos sapatos de todos vocês e então todos aplaudirão a minha ira.

Eu sou a meia do sapato do saramago, o fiapo de carne entre os dentes da Clarice Lispector, a pedra no caminho de Drummond, a vírgula fora do lugar da sua oração subordinada e o temor das rimas internas dos seus versos de amor.

Meu grande foda-se é a minha libertação.

Nenhum comentário: