sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O Porão





Existe um lugar que se encontra dentro de uma fenda na memória... Onde o bem e o mal são meras formalidades.
Por exemplo, pra onde todas aquelas pessoas do coletivo vão? Estão na sua mente? Em nosso pequeno depósito de memórias e julgamentos; Cores tão vivas; Esboços e vultos.
Eram apenas sonhos, será que o mundo foi feito assim? Quem já se sentou na sarjeta pensando... Em como a vida simples é boa? Tentando lembra-se do som do mar... O mar já aparenta ser tão utópico... Sim uma fantasia... Totalmente irreal.

E ele está armazenado também nessa pequena fenda. Mas como o mar  tornou-se tão fantasioso? E quanto às pessoas do coletivo? Os setenta centavos valeram à pena?
Expressões de diversas pessoas... O confronto de diversos problemas... E ainda por que o mar seria tão falso?
Não... Não... As pessoas do coletivo não pensam no mar não como deveriam...
Assim como o meu porão não guardou tão nitidamente todos os traços dos rostos que se expressavam no coletivo, o mar não carrega mais sua alma translúcida...
Sim as águas vivas eram sacolas de plástico... Cada uma delas, o que queimava de verdade era carregar todos os sentimentos e expressões das pessoas do coletivo a flor da pele e ainda na mesma camada o gosto ácido salgado do mar.
Por isso sou alérgica a pessoas e a sentimentos... E ainda à águas-vivas. Essa tal fenda tão profunda e enigmática... Apesar de tudo pode ser simplesmente obstruída por uma sacola de plástico... Nem ao menos pelo julgamento do bem ou do mal... Apenas uma sacola de plástico.
Ou quem sabe um olhar profundo, mas só se for o olhar de uma das pessoas do coletivo. Ou quem sabe do cobrador que me devolveu o troco, ele transpirava de mais e estava de bom humor...
Talvez o sal do mar tenha me subido à cabeça... Ou então seja tudo culpa do motorista, ele usava óculos de sol.
Está tudo guardado no porão da minha alma que divide espaço com a minha memória... Vivi cada suspiro e cada vida. Ali na sarjeta esperando o próximo coletivo. E pensei na vida, no amor e no trabalho.
E como ficou claro aqui... Pensei também em como sinto falta do mar de verdade, aquele que não continha 30% de calotas polares derretidas, talvez só um pouco de "xixi" e um tanto de poluição...


Aquele sim era o mar de verdade!

8 comentários:

Zanfa disse...

Nossa, concordo contigo, o mar de hoje não é mais como o de antigamente. =P

Belo texto e belíssima imagem.

Bjos.

Rafael Portillo disse...

É bonito o seu texto.
Mas eu tenho a impressão que deixei escapar algo dele.

Rafael Moreira disse...

Adorei seu blog e seu texto....

Abraço

Rafael Moreira disse...

Muito obrigado por ajudar a divulgar o tablito!!!!

Meu pc tá pessimo (O mouse travou) amanhã vou resolver e te colocar nos blogs favoritos!!!!


Muito Obrigado...

young vapire luke lestat disse...

Amei seu texto......


[]s L.Sakssida

Anônimo disse...

Cuidado com o vício da coca!

Valeu pelo comentario.

Erika Lira disse...

Adorei seu blog.Parabens

Rui disse...

Muito legal.
Uma coisa me chamou a atenção!!!
Andamos mesmo distraídos por aí...
Esses dias passei por minha toalha duas vezes e não achei rs
É bom observar tudo o tempo todo.
As árvores, as pessoas, um lixo no chão, um cartaz na parede, o carro que passa,...
Perdemos muito da vida por andar com a cabeça no "mundo da lua".