Eu
poderia ter me tornado uma grande empresária, feito uma faculdade
"decente", ser bem estimada do
ponto de vista profissional, ter um bom "status", ter amizades
influentes e ganhar muito mas, muito dinheiro.
Eram apenas quinze dias longe de casa, eu deveria estar totalmente feliz
e despreocupada por conseguir passar um tempo com o lado mais distante da
família, mas, pelo contrário me sentia
altamente desestimulada ao ouvir as palavras indóceis dos lábios secos de minha
avó - Eu esperava mais de você! Pensei, que você fosse inteligente. Que faria
alguma coisa que desse dinheiro. Mas, você resolveu ser professora? -
realmente até eu esperava mais de mim,
porém, não por essa linha de pensamento. Eu realmente esperava que eu fosse bem
mais capaz de dar à mínima para o que as
outras pessoas pensavam, e certamente dava um valor sentimental maior às
decepções causadas pelas pessoas que supostamente deveriam te apoiar e por para
cima.
Sempre
fui complicada, incompreendida e socialmente estranha. Todos sempre me
admiraram por minha inteligência e capacidade, esforço e seriedade na área
estudantil, meus colegas de faculdade conseguiam transparecer as pontinhas de
insatisfação com meus dons. Sinceramente? Dons? Nunca me creditei algo positivo
de maneira a elevar minha moral, ou estima social, não me esforço para ser o
que sou, e se pareço inteligente, ou capaz, realmente não me esforço para isso.
Antes que achem que sou uma exibida, devo confessar que não me considero inteligente ou
esforçada, na verdade tudo é muito pesaroso pra mim, carrego o peso da vida a
cada inspiração e expiração. Sou uma grande preguiçosa, infantil e teimosa, e
além de tantos outros defeitos de uma forma ou outra acabo aparentando algo
totalmente diferente, que olhos são esses que olham além do que sou? Ou que
olhos são os meus que me autodeformam?
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