Todos nós de alguma maneira
acabamos nos deparando com as trevas, mas, a maneira que reagimos, aderindo,
lutando ou sentindo-se confortável com ela é que nos define. Afinal, não há
trevas onde não possa haver luz, nem luz que não possa se extinguir.
O
equilíbrio destas forças em nós é essencial para que não nos percamos. Somos o
que sintonizamos, o que privilegiamos. Como está sua balança de privilégios
agora? Ego acima de empatia? Dinheiro acima da verdade? Omissão e submissão
acima de moral e valor?
A
balança nunca para, lutando sempre contra nossas tendências e escolhas para
equilibrar-se e manter-nos sãos. Aonde está a sua sanidade agora?
Por que
luta para não ter um momento de reflexão, por que teme olhar para sua balança?
Por que prefere agir cegamente propositalmente para não ter que encarar o
caminho pelo o qual suas escolhas estão lhe guiando?
Medo de
ver o essencial, mas, abraçar o superficial e o confortável sentimento egoísta,
onde só há você mesmo e suas falsas necessidades e nada é verdadeiro, não há
equilíbrio, apenas satisfação momentânea do próprio ego.
Há
trevas em mim, eu a abraço, acolho e reconheço. Mas, também há luz e minha
balança interior está sempre lutando, me guiando e alertando. Todos temos
sentimentos egoístas, uns de menos outros de mais. É essa oscilação, esse
nível, que as vezes foge de nossa percepção. Até aonde posso defender meus
interesses empaticamente? E até aonde meus interesses são mais importantes,
maiores e melhores do que qualquer outra pessoas e/ou situação?
Quando
passamos a considerar as pessoas apenas como meio de obter o que desejamos sem
considerar sua humanidade, estamos sendo egoístas, mesquinhos, cegos e gerando
dor.
Quando
nos propomos a ser egoístas por autodefesa, por saber que ao nos submetermos a
determinadas pessoas e/ou situações, estaremos traindo a nós mesmos, ou nos
prejudicando, estamos exercendo o auto amor.
É uma
linha tênue e se você não analisa a sua balança, pode acabar tendo a ideia
errada sobre suas ações. Porque temos uma enorme tendência de sempre acharmos
que somos perfeitos e nunca erramos e que são só os outros que erram.
Dói,
admitir que errou, é uma flechada no ego super inflado.
Mas,
para aquele que erra e reconhece é como o decolar suave de uma borboleta.
Ter
coragem de admitir “ Sim, realmente fiz isso. ”, “Sim, não foi legal da minha parte.
”, “Agi errado e falei merda.”. É extremamente desafiador e quase impossível
quando a sua balança está negligenciada.
Quando
você não consegue desconectar com a rotina e suas prioridades, para poder ter
um momento de silêncio, de introspecção, olhar para dentro, de sintonizar-se
com sua consciência (Disse consciência e não ego). Praticamente, vive-se um
gatilho de fuga, de não se encarar, de não aceitar suas falhas e deslizes.
Você acaba
se tornando aquela pessoa que faz de tudo para aparentar “feliz”, que vive em
constante desarmonia e atrito com as pessoas e com o mundo. Quando na verdade
está apenas fugindo da própria batalha interior, porque você diz para si mesmo
que olhar para dentro é desperdício e principalmente para poder manter a imagem
que você fabricou de si mesmo. É bem mais fácil acusar o outro, supor e
prejulgar, do que realmente encarar os fatos, analisar situações com empatia, e
considerar sentimentos alheios.
O que
te faz achar que é mais importante ou menos importante que as outras pessoas?
Por que você tem que ser o “exclusivo”
ou o “excluído”?
O que
sua balança está dizendo agora?
Você
está perdido em trevas ou cego pela luz?
O equilíbrio
é a chave porque lidamos com toda a merda do mundo e de nós mesmo o tempo
inteiro, mas, também lidamos com tesouros e preciosidades.
O desequilíbrio
faz com que façamos confusão com as duas coisas.
E a
gente acaba fazendo ou aceitando tanta merda, por achar que estamos lapidando
diamantes.
Auto
amor é saber quando e quanto se doar, e quando e quanto se poupar.
A vida
é uma troca, um ciclo. Ser caridoso não é ser complacente. Amar nem sempre é
ceder, quando esse ceder torna-se imoral, autodestrutivo e anarquista.
Ignorando
ou não nossa balança interior existe, e em algum momento todos teremos que
olhar para ela, a vida e as situações irão cobrar reagir às suas escolhas e
atitudes.
E se mesmo assim sua balança
continuar ignorada e pesada, se arrastando e em alerta vermelho até o momento
final, você terá que lidar com o resultado essa balança chamada consciência.
Não se
pode fugir de si mesmo, e de todas as ações e situações que você mesmo escolheu
e/ou criou. Porque desde o momento em que se planta algo, inevitavelmente acabará
colhendo o que se plantou, será que você tem plantado mais luz que trevas? Ou
trevas que luz? Como será sua colheita final? Como será quando você perceber
que não é só você que depende e é afetado por essa colheita? Qual será o peso
dela para você?
Qual o
custo do seu ego, qual o dano? O que você valorizou de mais ou de menos? Até
aonde sua percepção de verdade não foi enuviada pelo ego?
Tic...
Tac...
... a
sua hora chegou,
... e
agora?
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