Na Janela de um quarto através das grades cinzentas da segurança, observava o céu alguém que pelo brilho dos olhos revelava a paixão inspiradora das tempestades que alimentam, sustentam como fibras seu aquecido coração.
Não há nada mais purificador que uma boa chuva, nada mais retumbante e emocionante que o canto dos trovões e o som relaxante das águas deslizando artísticamente do céu, para um pouso firme, ao acaso, mesmo assim tão decidido e imensamente delicado.
Um sorriso ilumina a noite, mãos úmidas e frias fecham as janelas; Um relâmpago clareia o pequeno e vazio quarto onde uma alma acalentada aconchega-se entre os cobertores e rumina uma oração qualquer.
O dia amanhã estará claro, repleto com um sol radiante e insuportável, onde a rotina disperta e encaminha: - Ao trabalho! - da chuva somente a lembrança e poças aleatórias que evaporam vagarosamente contrapondo à velocidade funcional da cidade.
Abre-se a janela o quarto iluminado já não é tão vazio evapora-se então toda a inspiração, mas permanece o desejo intensificado talvez, de um bom banho de chuva.